Portal Aprendiz, 29/05/2008
Stefano Azevedo
"Hoje, é pelo computador que os jovens lêem, escrevem e discutem. Segundo a Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil de 2007 (TIC Domicílios 2007), 55% dos internautas brasileiros de 16 a 24 anos acessam a rede de computadores diariamente. “Porém, os professores têm muito pouca familiaridade com as novas tecnologias, se comparados com os alunos”. O alerta é da professora do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (IF-USP), atuante na área de Planejamento e Avaliação Educacional, Elisa Wolynec, que participou do Congresso Educar Educador 2008, em São Paulo (SP). Segundo ela, professores freqüentemente restringem a Internet como fonte de pesquisa para trabalhos e em alguns casos chegam a preferir textos escritos à mão ao invés de digitados. Segundo os professores presentes no evento, o receio é de que o conteúdo seja copiado sem ser aprendido ou, às vezes, nem ao menos lido. Para Elisa, os educadores precisam procurar novos métodos que permitam e abracem o aprendizado na web, integrando a informática no ensino de um modo que facilite e pontencialize o acesso à informação. O professor de administração de empresas da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), especialista em Tecnologia Educacional, César Adames, que também participou do evento, apontou diversos serviços gratuitos à disposição de professores interessados em aproveitar bem esse potencial. Fóruns, blogs, grupos de email, chats, entre outros, cada um destes pode ser aproveitado de diferentes maneiras. Um professor, por exemplo, pode criar o seu blog, no qual são postados conteúdos complementares à matéria. Além disso, pode também ser criado um blog coletivo da turma, ou mesmo o blog de um livro, atualizados pelos alunos. Já o fórum, que pode ser criado através do Orkut, pode ser usado para promover discussões coordenadas e mediadas pelo professor. Para tudo isso, basta que exista acesso ao computador e à Internet, diz Adames. A utilização dos serviços é gratuita, e não é essencial que os alunos possuam um computador pessoal, pois podem acessar a Internet na escola. Mesmo assim, é preciso ressaltar que a mesma pesquisa que identificou o grande uso da rede pelos jovens, revelou também que a porcentagem de usuários que acessam a Internet da escola diminuiu de 21% em 2005 para 15% em 2007. "
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Olá!
ResponderExcluirEu concordaria melhor com o seguinte título:
"Professores estão recebendo cursos de capacitação para orientação quanto ao uso da tecnologia informática em todo o país"!!!!
Essa faixa etária de 16 a 24 anos, está um pouco fora da idade escolar na Educação Básica: o Ensino Médio é concluido aos 17 anos. O que passa disso caracteriza alguma forma de evasão escolar.
Além disso, 55% não é o suficiente... é preciso que 100% dos jovens que estudam tenham acesso à Internet! para que haja IGUALDADE (para que não haja exclusão).
Com certeza os alunos têm mais familiaridade com o computador: eles têm mais tempo disponível para usar e abusar. A principal problemática em relação aos professores é ter que complementar a renda trabalhando em 2 ou 3 períodos, dessa forma prejudicando o tempo destinado à hora-atividade, onde eles estudam, planejam, pesquisam, elaboram projetos, atendem alunos, etc.
Os alunos de fato copiam conteúdos da internet (inclusive alunos do ensino superior - o que é um absurdo!). Ainda, a Internet é realmente uma fonte rápida para consulta de diversos assuntos, mas é necessário conhecer e selecionar as fontes de pesquisa: nem tudo é confiável e geralmente os alunos visitam apenas as primeiras páginas elencadas no resultado da pesquisa. Devemos aceitar e difundir a prática da pesquisa superficial??? Os alunos desde cedo devem aprender a comparar obras, autores, textos, assuntos, e não simplesmente fazer uma péssima pesquisa na internet ou em livros.
Mais um ponto: "integrando a informática no ensino de um modo que facilite e pontencialize o acesso à informação"... isso significa a permanência da escola tradicional, a subutilização da informática na educação, ou seja, muda a ferramenta, mas não muda a metodologia, a prática pedagógica em si. E não é preciso ir à Escola pra receber informações. A Educação deve ir muito além disso. Informação não é sinônimo de conhecimento. Cury (2003) diz que "Fizemos da memória de nossas crianças um banco de dados" e que a "maioria das informações que aprendemos não será organizada na memória e utilizada nas atividades intelectuais".
Informação não forma pensadores. É preciso transformar informação em conhecimento para isso. O papagaio tem condições de repetir informações, mas ele tem conhecimento do que fala?
Quanto às discussões pela internet, por meio de blogs ou fóruns de discussão é sim interessante, mas não é nada diferente do que acontece em sala de aula em discussões ao vivo e à cores.
Para garantir o acesso do aluno à internet na Escola, primeiramente ela precisa disponibilizar esse acesso de forma ampla. Existem escolas no Brasil que mal possuem energia elétrica e carteiras para os alunos.
Quem é tão ignorante pra não enxergar todas as deficiências do ensino no Brasil?
Em nenhum momento questionei a possibilidade de usar com qualidade as tecnologias da informação e comunicação... mas as propostas apresentadas pelo texto não garantem essa qualidade. É preciso ir além, pensar mais alto, corrigir inúmeros erros.
Não dá pra brincar de escolinha enquanto cresce a violência e a depressão emocional nas pessoas. As crianças não são brinquedinhos sociais do capitalismo.
Eu, Eliane, uma simples professora, recém-graduada, questionando as falas de uma professora do Instituto de Física da Universidade de São Paulo & companhia...!?!?!... Mas o quanto adianta teorias desvinculadas da realidade? É pra fazer de qualquer jeito? Onde estão os investimentos na qualificação docente, na Educação? É uma briga e uma longa espera para a Escola receber reformas necessárias e receber o próprio laboratório de informática.
Eu particularmente defendo a criação, planejamento e avaliação de propostas que permitam a construção do conhecimento por meio das novas tecnologias: conhecimento amplo, integral, global e não a difusão de meras informações quase sempre sem propósitos relevantes. As ferramentas computacionais devem ser um meio e não o fim.
Eliane Silva de Souza,
Formanda em Licenciatura em Computação pela Universidade do Estado de Mato Grosso, campus Universitário do Vale do Teles Pires (Colíder) - ex-aluna do professor Juvenal Neto.
Abraço!
Observação: Lerei com maior prazer as respostas às perguntas que fiz no texto, ou mesmo, réplicas.